sexta-feira, 25 de maio de 2012

Souvenir

O escarlate brilhante dos lábios cheirosos da dama confunde-se com o rubro estampado na sala, na camisa e na face do rapaz. Três tiros, gritos e mais nenhuma palavra. Assim findou-se a discussão que se iniciara sem argumentos lógicos.

Explicações sem nexo e gaguejar na fala não conservam a vida de ninguém diante da ira enciumada de um homem traído. O que era o prazer diante da dor e da própria morte?  O que era a vergonha de ser achado indigno? Foram os últimos pensamentos racionais de uma razão que perdera momento em que fixou os olhos na sedutora ilusão. Descobrira quão amargo é o fim do vinho doce que ela lhe oferecera.

Experimentara a agudez das setas que se lançaram no coração. Caminhou para a morte como um boi ao matadouro. Tarde demais para reconhecer que a experiência de ser reconhecido como um trofeuzinho nas mãos de uma louca não possui valor algum. Tornara-se descartável, apenas uma conquista. Só mais um Souvenir.

[Provérbios 7:5-27]

sábado, 5 de maio de 2012

Deus? Creio, mas nem tanto!



Como assim? Seria possível acreditar em algo ou alguém sem acreditar realmente? Seria plausível uma crença em que se existe e não existe ao mesmo tempo? Não. Não se pode relativizar a fé. A existência é um absoluto, é sim ou não. É ou não é. Crê ou não crê.

ORA, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem.”[Hb.11:1]

"Nem queria crer mesmo!"
(Yao Sobre a fé)
Vivemos num meio onde nem as ciências exatas são mais consideradas exatas. Relativiza-se tudo. Cada um faz o que quer não o que se deve fazer. Afinal de contas, qual o conceito de dever? As únicas obrigações que exercem maior poder sobre a nossa geração são aquelas que fazem parte do âmbito da sobrevivência e do material, senão, aquelas que remetem ao prazer, instinto, necessidades básicas. Nossa geração é hedonista e materialista.

Num meio onde os conceitos de dever e moral terminam onde começa o nosso individualismo, a única convicção, ou firme fundamento que parece permanecer é a conveniência. Cada um faz o que é conveniente. No mundo dos prazeres e dos riscos, só se sustenta uma convicção até onde ela é viável. Só se crê até onde a fé não é prejudicial. O caminho que se segue é individual, a verdade que se defende não é absoluta, e a vida que se tem é instável. O que acaba por definir os valores de uma geração são suas convicções (ou a ausência delas). Os círculos sociais são a maior prova de que existem influencias por meio das convicções nas práticas coletivas.

No que cremos? Sem fundamentos e convicções tornamo-nos instáveis como casas sem alicerces. Somos assim levados por todo vento de doutrina e de novidades. Sabemos que Deus não quer isso de nós. E na mesma intensidade com que muitas vezes não se consegue compreender como se trilha o caminho da vida, o que é a verdade, e até mesmo o que é a vida. Jesus nos convida a fazer dele o nosso firme alicerce: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” [Jo.14:6]. Amém.


Paz,
J.Caetano Jr.
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