terça-feira, 23 de julho de 2013

Mortal


"Em silêncio se vê num banquinho
Ou num canto qualquer do passado
Rodeado por boas lembranças
Insistindo em deixar velhos hábitos
Desdobrando papeis rabiscados
Solfejando canções incompletas
Abraçando melancolicamente
O sentido mortal dos poetas,
E a fugaz complexidade
Material dos organismos vivos.
A continuidade fatal da existência."

J.Caetano Jr.


quarta-feira, 10 de julho de 2013

Solitude


Estou acordado, na presença dos meus egos
Com o odor dos que sufoquei,
As piadas inteligentes dos gaiatos
E a raiva suprimida que faz tremer as mãos dos rancorosos.
Tento não ouvir o choro dos meus fracassos
Nem o lamento dos pessimistas,
Sou atraído pelo perfume do poeta
E a inocência do menino, meu jovem
Enquanto a impetuosidade do guerreiro me inspira à sobrevivência
À humildade do nada sou levado, prostrado
Choro como um desvairado, um sem teto, sem ego, sem nada
Foge-me ao rosto o sorriso, a esperança e o belo
Foge-me o Bem, e como em guerra, estou só.
Permaneço acordado, na presença dos meus egos
Todos mortos.

J.Caetano Jr.
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