Certa vez um sábio filósofo disse: "Percebi ainda outra coisa debaixo do sol: Os velozes nem sempre vencem a corrida; os fortes nem sempre triunfam na guerra; os sábios nem sempre têm comida; os prudentes nem sempre são ricos; os instruídos nem sempre têm prestígio; pois o tempo e o acaso afetam a todos."
Pensando nos inúmeros motivos que impulsionam os homens insistirem nessa vida, flertei com o horizonte. Chamei-o, mas ele permaneceu no mesmo lugar. Não tão longe. Não tão próximo. O horizonte fascina, acena, convida. É como um cartão de visitas aos peregrinos.
Nossos objetivos são como o horizonte. Não tão longe que não possamos sonhar, não tão perto que possamos tocar. E se perdêssemos as esperanças e descartássemos as idealizações, teríamos objetivos? Talvez as idealizações sejam de alguma forma, necessárias para nos impulsionar ao tangível. O sonho, o perfeito, o sublime. Coisas que quando alcançadas não são mais que: o real, o agora, o corruptível, o imperfeito. Provando sem palavras que tanto o hoje quanto o amanhã são perfeitos e imperfeitos em si.
Por isso olhamos adiante. Mantemos os olhos no horizonte. Seguimos o relógio natural e enquanto é dia, caminhamos o quanto podemos. Porque não podemos parar nos iludindo com as glórias e as preocupações excessivas da vida. A busca da perfeição nos levará ao aperfeiçoamento. E enquanto nos mantivermos nessa linha, estaremos em equilíbrio. Permanecemos na linha tênue que separa vencedores natos de sobreviventes, grandes responsabilidades de inconsequências, sabedoria de ausência de juízo. Linha que nos equilibramos sem parar, durante toda a vida.
"Somos quem podemos ser", diz o poeta. Mas estamos sempre atrás dos sonhos que podemos ter. E ele permanece lá. O horizonte. Como algo que nos faça entender, que de mãos erguidas ou não, caminharemos. Com vitórias ou derrotas insistiremos. Sob chuva ou sol, com sorrisos ou lágrimas, com marchas ou mancadas. Estaremos mirando o horizonte. Ansiando. Progredindo.
J.Caetano Jr.