Enganei vocês! Isso não é um post declaração de amor! A propósito, eu #EscolhiEsperar pra fazer isso em outra hora.(risos)
Não quero falar sobre relacionamentos amorosos, nem sobre paixões arrebatadoras. Não no sentido conservador da coisa. Poderia começar dizendo que é preciso esperar pela coisa certa e tal, mas isso já é bem discutido. E também não tenho muitos argumentos para isso.
Quero falar sobre afeto e como reagimos a ele. Tentando pela interpretação bíblica, compreender, como deveríamos reagir a essas coisas.
Afeição, amor e paixões
Fala sério, todos nós temos sentimentos, sei que em algumas pessoas esses não se manifestam muito claramente (inclusive conheço algumas). Mas o afeto nos é comum. Querermos ficar perto, e até conhecer melhor a pessoa que nos afeta emocionalmente.
Então compreendo que a afeição a algo nos leva a aproximação, e isso é absolutamente normal. Contudo vejamos por outro ângulo, se aquilo que nos afeta, não é bom para nós, temos que nos distanciar, certo? Ok ok, não é o que os ideais do carpe diem pregam. Mas acho que Sansão vivia loucamente como se não houvesse amanhã, e sabe o que aconteceu? "E depois disto aconteceu que se afeiçoou a uma mulher do vale de Soreque, cujo nome era Dalila." (Juízes 16 : 4). O resto da história vocês já conhecem, creio eu. Por trocar seus valores e mudar de postura diante de Deus, um cara fortão e escolhido por Deus acabou fraco, cego e morto.
Retraindo o afeto
A afeição que sentimos pelo nosso próximo deve ser conservada? Deve haver um investimento nisso, então? Ou será que devemos sempre nos isolar como monges ‘santos’ em nossos quartos?
Acredito que a bússola que dá o rumo certo para o porto da afeição é o amor. O amor bíblico nos ensina que devemos sim investir tempo nas pessoas, sentimentos, e carinho se necessário. "PORTANTO, se há algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão no Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões," (Filipenses 2 : 1). Mas vejamos bem, se aquilo que julgamos ser carinho não é na verdade uma ambição que almeja inflar nosso ego pela vaidade da conquista.
Com certeza a manipulação viciosa e o amor a si mesmo, fazem com que tomemos certas atitudes em relação a algumas pessoas. A aproximação errada sem cuidado gera atitudes erradas. Não comparamos nossas ações com os valores pregados em 1° Coríntios capitulo 13. E assim corremos o risco de terminar cegos implorando forças a Deus, pra pelo menos morrer junto com os filisteus.
Isso talvez explique o porquê de tantas pessoas que não conseguem manter bons relacionamentos com outras, por ter descuidado de seus valores e não terem limitado seus afetos aos padrões do amor. Sendo mais direto, sair beijando todas(os), sair pegando por ai(literalmente), e sair passando dos limites em alguns pontos específicos, que... éhr... Vocês entenderam.
Expandindo a afeição
"Não estais estreitados em nós; mas estais estreitados nos vossos próprios afetos." (II Coríntios 6 : 12)
Somos desafiados então, a não nos limitarmos a suportar as pessoas, mas convivermos com elas em amor. Não limitarmos nossos afetos, mas não expandirmos eles de maneira errônea, a ponto de perdermos o rumo do amor.
Sabemos também que o resultado do amor não é só carinho, ou expressão de romance. Não é ser sempre fofinho nem suave com o mundo todo. Isso é uma idealização hiper utópica de relacionamentos perfeitos. Até porque estamos em guerra ...
O amor que a bíblia ensina, diz que: “[O amor] Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; (...) Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” (1Cor13: 5,7).
Viver em amor, é saber lidar com os contratempos da vida e aborrecimentos do dia-a-dia, sem deixar de querer o bem. É perdoar e saber ser perdoado. O amor sabe dizer ‘não’ e se afastar quando necessário. Sabe o tempo de cada coisa, de abraçar e de afastar-se de abraçar (Eclesiastes 3:5).
Ui, ele escolheu esperar! |
Certo, eu sei que isso é bem repetido. Mas nunca é demais falar a verdade. Precisamos lembrar de que se amamos a nosso próximo, amamos a Deus. Mas se agimos com nossos semelhantes, como se eles apenas servissem a nós, como objetos, coisificamos as pessoas, e adoramos não ao Deus verdadeiro, mas a um ídolo que apenas reflete nossos anseios.
O perdão e a misericórdia que Deus nos proporciona é a mais alta expressão de seu amor. Ele nos dá uma nova chance, apesar de agirmos indiferentes e egoístas com ele e com nosso próximo. Apesar de tantas vezes termos afetos desordenados e sem limites, que dão vazão à apetites pecaminosos. Abracemos a essa chance. Vivamos o amor. O amor de Deus que sabe quando limitar as afeições e sabe quando expandi-las.
Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados.
Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros.
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No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor.
(I João 4 : 10,11,18)
Paz,
J.Caetano Jr.
P.S.: Post aberto para discussões.