segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Eu preciso dizer que te amo...

Enganei vocês! Isso não é um post declaração de amor! A propósito, eu #EscolhiEsperar pra fazer isso em outra hora.(risos)

Não quero falar sobre relacionamentos amorosos, nem sobre paixões arrebatadoras. Não no sentido conservador da coisa. Poderia começar dizendo que é preciso esperar pela coisa certa e tal, mas isso já é bem discutido. E também não tenho muitos argumentos para isso. 

Quero falar sobre afeto e como reagimos a ele. Tentando pela interpretação bíblica, compreender, como deveríamos reagir a essas coisas. 

Afeição, amor e paixões 

Fala sério, todos nós temos sentimentos, sei que em algumas pessoas esses não se manifestam muito claramente (inclusive conheço algumas). Mas o afeto nos é comum. Querermos ficar perto, e até conhecer melhor a pessoa que nos afeta emocionalmente. 

Então compreendo que a afeição a algo nos leva a aproximação, e isso é absolutamente normal. Contudo vejamos por outro ângulo, se aquilo que nos afeta, não é bom para nós, temos que nos distanciar, certo? Ok ok, não é o que os ideais do carpe diem pregam. Mas acho que Sansão vivia loucamente como se não houvesse amanhã, e sabe o que aconteceu? "E depois disto aconteceu que se afeiçoou a uma mulher do vale de Soreque, cujo nome era Dalila." (Juízes 16 : 4). O resto da história vocês já conhecem, creio eu. Por trocar seus valores e mudar de postura diante de Deus, um cara fortão e escolhido por Deus acabou fraco, cego e morto. 

Retraindo o afeto 

A afeição que sentimos pelo nosso próximo deve ser conservada? Deve haver um investimento nisso, então? Ou será que devemos sempre nos isolar como monges ‘santos’ em nossos quartos? 

Acredito que a bússola que dá o rumo certo para o porto da afeição é o amor. O amor bíblico nos ensina que devemos sim investir tempo nas pessoas, sentimentos, e carinho se necessário. "PORTANTO, se há algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão no Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões," (Filipenses 2 : 1). Mas vejamos bem, se aquilo que julgamos ser carinho não é na verdade uma ambição que almeja inflar nosso ego pela vaidade da conquista. 

Com certeza a manipulação viciosa e o amor a si mesmo, fazem com que tomemos certas atitudes em relação a algumas pessoas. A aproximação errada sem cuidado gera atitudes erradas. Não comparamos nossas ações com os valores pregados em 1° Coríntios capitulo 13. E assim corremos o risco de terminar cegos implorando forças a Deus, pra pelo menos morrer junto com os filisteus. 

Isso talvez explique o porquê de tantas pessoas que não conseguem manter bons relacionamentos com outras, por ter descuidado de seus valores e não terem limitado seus afetos aos padrões do amor. Sendo mais direto, sair beijando todas(os), sair pegando por ai(literalmente), e sair passando dos limites em alguns pontos específicos, que... éhr... Vocês entenderam. 

Expandindo a afeição 

"Não estais estreitados em nós; mas estais estreitados nos vossos próprios afetos." (II Coríntios 6 : 12) 

Somos desafiados então, a não nos limitarmos a suportar as pessoas, mas convivermos com elas em amor. Não limitarmos nossos afetos, mas não expandirmos eles de maneira errônea, a ponto de perdermos o rumo do amor. 

Sabemos também que o resultado do amor não é só carinho, ou expressão de romance. Não é ser sempre fofinho nem suave com o mundo todo. Isso é uma idealização hiper utópica de relacionamentos perfeitos. Até porque estamos em guerra ...

O amor que a bíblia ensina, diz que: “[O amor] Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; (...) Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” (1Cor13: 5,7). 

Viver em amor, é saber lidar com os contratempos da vida e aborrecimentos do dia-a-dia, sem deixar de querer o bem. É perdoar e saber ser perdoado. O amor sabe dizer ‘não’ e se afastar quando necessário. Sabe o tempo de cada coisa, de abraçar e de afastar-se de abraçar (Eclesiastes 3:5). 

Ui, ele escolheu esperar!
Certo, eu sei que isso é bem repetido. Mas nunca é demais falar a verdade. Precisamos lembrar de que se amamos a nosso próximo, amamos a Deus. Mas se agimos com nossos semelhantes, como se eles apenas servissem a nós, como objetos, coisificamos as pessoas, e adoramos não ao Deus verdadeiro, mas a um ídolo que apenas reflete nossos anseios. 


O perdão e a misericórdia que Deus nos proporciona é a mais alta expressão de seu amor. Ele nos dá uma nova chance, apesar de agirmos indiferentes e egoístas com ele e com nosso próximo. Apesar de tantas vezes termos afetos desordenados e sem limites, que dão vazão à apetites pecaminosos. Abracemos a essa chance. Vivamos o amor. O amor de Deus que sabe quando limitar as afeições e sabe quando expandi-las.


Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados.
Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros.
...
No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor.



(I João 4 : 10,11,18)


Paz, 
J.Caetano Jr.

P.S.: Post aberto para discussões.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Diário de Bordo#5: Fortalezas de espelhos

Vi em uma parte da minha jornada, distantes, algumas construções. Mas estas situadas no Monte Orgulho chamavam-me a atenção. Eram construções altas, feitas por homens vazios, que por amarem demais a própria glória, erguiam imponentes fortalezas de espelhos.

De longe se via que as paredes de espelho eram rejuntadas com boas obras e vã confiança. Os espelhos voltados para dentro, refletiam sempre a vaidade desses homens, que se entregando ao pecado, jamais encontravam descanso*.

Moldaram assim, um deus à própria vontade; um deus tão adaptado à sua imagem, que era apenas o seu próprio reflexo distorcido nas paredes.

As paredes tremiam e as muralhas balançavam, pois seus alicerces; feitos de areia queimada e cacos de dogmas eram apenas tradições e teorias que não ofereciam nenhuma segurança ou firmeza. Ainda assim, tranqüilizavam-se, por sua consciência cauterizada; dizendo haver paz e sossego. Olhavam seus tetos luxuosos e meditavam nas emoções que construíram suas belas e quebradiças fortalezas.

E não havendo mais nenhum contato com as eternas e perfeitas noções de construção divina, seus impérios cresciam trôpegos, inconstantes, vazios e instáveis.

Até que um vento forte, anunciado há tempos; que já derrubara torres altivas como Babel, e levara fogo à Sodoma; bateu com ímpeto contra aquele monte Orgulho, sacudindo suas fortalezas e quebrando suas vidraças. E aconteceu que as edificações tão trabalhadas, tornaram-se imensos montes de cacos, e seus moradores foram fatalmente despedaçados por suas navalhas.

A tragédia era vista e conhecida por todos, e o mau cheiro do sangue e dos corpos expostos, eram sinal e alerta aos viajantes que passavam pelo local. Assim, todos sabiam do destino daqueles que amavam a si mesmos se entregando à vaidade e ignoravam seu criador.

*(referencia à Isaias 57: 20,21)

"Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo.
Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado;
Porque nos tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até ao fim.
Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, Não endureçais os vossos corações, como na provocação.”
(Hb.3:12-15)


Quarta feira, 18 de janeiro de 2012
J.Caetano Jr.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Diário de Bordo#4: Encontro com a Culpa

Não foi a primeira vez que a vi. Na verdade ela já parecia bastante familiar, Suas feições sombrias, o jeito de andar. Atraente como sempre, e com o perfil psicológico totalmente encaixado ao meu. Mais que atraente... Ideal a uma mentalidade ébria, dopada de inteligência condenatória, parecia despertar intimamente toda a argumentação que eu possuía contra mim mesmo. Linda. Fatal.

Nunca a havia visto daquela forma. Vestida de acusação e armada com condenação. A aproximação era lenta e por um instante parecia uma amiga, parecia tentar me abraçar.

Chicoteou-me então nas mãos. De maneira que larguei a espada que carregava sempre comigo, cessei minhas obras, reflexões, pensamentos. Cada parte daquele chicote rasgava o epitélio das minhas mãos; penetrava minhas carnes, desnudava minhas idéias, bloqueando reações. Sem ações. Paralisado, eu era seduzido pela Culpa como a mais bela das mulheres.

Estava me condenando novamente, só que desta vez a culpa rasgara meus pulsos. Arrependimento e Sinceridade eram necessários. A Culpa não faria bem a ninguém! Chamaria por esses dois amigos!
Lembrava-me da cruz e do que ela significava pra mim, de todas as feridas que o mestre suportou para que a maldita não me destruísse. Não poderia me deixar seduzir por um inimigo tão sagaz. Fugi cambaleando, deixando minhas vestes em suas mãos. Escondi-me à sombra do cordeiro. Como um sobrevivente, respirei. Ela se foi.

Talvez voltasse a vê-la algum dia. Mas no momento, eu era tomado por outro pensamento. Gratidão ao meu Senhor acima de tudo. Por guerrear por mim; um covarde seduzido pela culpa e amante de mim mesmo.

O que seria de mim, se não fosse o Senhor? A muito tempo meus inimigos teriam me consumido.

“SE não fora o SENHOR, que esteve ao nosso lado, ora diga Israel;
Então as águas teriam transbordado sobre nós, e a corrente teria passado sobre a nossa alma;
Bendito seja o SENHOR, que não nos deu por presa aos seus dentes.
A nossa alma escapou, como um pássaro do laço dos passarinheiros; o laço quebrou-se, e nós escapamos.
O nosso socorro está no nome do SENHOR, que fez o céu e a terra.”
(Sl.124:1, 4 - 8)

Quarta feira, 11 de janeiro de 2012
J. Caetano Jr.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Sobre: Cegueira, computadores e relacionamentos


Hoje gostaria de falar de maneira pessoal sobre um tema pessoal. Gostaria de propor um desafio. Desafiar os leitores a aderir uma nova visão; que não pode ser dada por obra humana. Uma visão radical, de um Deus pessoal.

“Apalpamos as paredes como cegos, e como os que não têm olhos andamos apalpando; tropeçamos ao meio-dia como nas trevas, e nos lugares escuros como mortos” (Isaias 59:10)


Religião. É a palavra que deve ser destacada aqui. Só é possível religar aquilo que um dia foi ligado. A bíblia nos diz: “Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz,” (Efésios 2: 13-15) Em cristo está a reconciliação do homem com Deus; ou seja, em um tempo remoto, antes da queda, o homem desfrutava de um relacionamento íntimo e pessoal com o criador, podendo bater uns papos com Ele no jardim e desfrutando de sua presença. 

Podemos dizer que juntamente com o pecado da desobediência, veio também a cegueira espiritual.  Buscamos por obras de justiça, conquistar a confiança de Deus, procuramos agradá-lo das maneiras mais variadas possíveis; tentamos religar-nos a Ele pela escada instável e insegura das nossas boas obras. Não enxergamos um palmo a frente do nosso nariz, nem vemos que é esforço perdido e energia gasta, a oferta de sacrifícios religiosos forçados.

"Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos." (Oséias 6: 6)

Sistematização. É o que, em minha opinião, melhor define um computador. Ele é programado para responder e servir às pessoas de acordo com o que foi programado. Um computador interage, mas não se relaciona. Ele não sabe o que é se sentir rejeição ou sofrimento. Um computador não entende de amor ou de entranhável afeto.  Coisas fazem o que são programadas para fazer sem questionamentos, elas não se relacionam. E definitivamente, Deus não é uma coisa.

"E quem me vê a mim, vê aquele que me enviou."  (João 12 : 45)

Deus estava em Cristo reconciliando o mundo, Cristo veio ao mundo como a mais alta expressão do caráter divino. Pessoal. O verbo se fez carne e habitou entre os homens. Em sua divindade, Jesus expressou sua pessoalidade. Quer entender isso melhor? Leia então os evangelhos. Jesus não interagia somente, ele se relacionava. Ensinando a respeito de uma nova mentalidade, ele falou sobre nascer de novo, sobre um Deus que amou o mundo a ponto de entregar seu próprio filho (João cap. 3). Seu poder abriu os olhos de um cego de nascença (João cap. 9), e suas palavras abriram os olhos espirituais de um fariseu perseguidor da igreja (Atos cap. 9). O Deus pessoal se revelara em Cristo, e seu amor, o vínculo da perfeição, agora  é conhecido por todos aqueles que desejam.

Uma nova visão a respeito de Deus nos dá um novo sentimento a respeito de seu reino. Sua glória e seu senhorio são deleitosos, não enfadonhos e repetitivos como os sistemas de computadores humanos. É surpreendente conhecer o reino de Deus e sua Glória, sua majestade e esperança proporcionada diante das minúsculas causas, e microscópicos sonhos humanos. Estar envolvido num relacionamento com o Senhor, aceitando sua reconciliação é um privilégio incomensurável e imerecido. É Graça. "E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação;" (II Coríntios 5: 18)

Só pra concluir, acho que você já se sentiu só. Mais do que isso, acho que já sentiu como se todo mundo estivesse envolvido num relacionamento qualquer, e você não. Então você gosta daqueles que te cercam, faz o possível para estar com eles e ninguém te dá a mínima. Sério, me diz agora, como você se sente? Na real mesmo... Se estes que desprezam teus esforços fossem criaturas tuas, tenho certeza de que você iria ficar no mínimo irado. Como você acha que um Deus pessoal, todo poderoso, agiria tendo seu próprio sacrifício rejeitado?

Já falei demais por hoje. Essa nova visão de um Deus pessoal só pode ser concedida por Cristo e pela aceitação de seu sacrifício. Mas Deus nos deu o ministério da reconciliação, e não podemos nos calar.


“E, ainda que tinha feito tantos sinais diante deles, não criam nele; Para que se cumprisse a palavra do profeta Isaías, que diz: SENHOR, quem creu na nossa pregação?
E a quem foi revelado o braço do Senhor?
Por isso não podiam crer, então Isaías disse outra vez: Cegou-lhes os olhos, e endureceu-lhes o coração, A fim de que não vejam com os olhos, e compreendam no coração, E se convertam, E eu os cure.
Isaías disse isto quando viu a sua glória e falou dele.
Apesar de tudo, até muitos dos principais creram nele; mas não o confessavam por causa dos fariseus, para não serem expulsos da sinagoga.
Porque amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus.”
 (João 12: 37- 43)


Paz,
J. Caetano Jr.

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