terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Bem-vindo à maquina

Desde os primórdios o ser humano cria facilidades para a vida. Máquinas, ferramentas, coisas que se aplicam ao cotidiano com o intuito de facilitar as atividades do dia-a-dia. O que veio desde a simples ferramenta de cortar carne, tornou-se a complexa máquina computadorizada que seleciona o boi, fatia, mói, faz o hambúrger e coloca na boca do indivíduo(existe essa?).

As revoluções industriais são a consequência dessa busca por facilidade do ser humano. E o que era uma     facilitação da vida, tornou-se uma nova maneira de viver e ver o mundo. A vida tornou-se um sistema complexo e enfadonho. A política, o estado, a economia, meios de adquirir alimento e sobrevivência. Reprodução e contexto familiar. É tudo tão institucionalizado e burocrático que nos perguntamos o que é viver.

Eis a questão. Somos sistemáticos ou nos tornamos sistemáticos? Essa questão social remete aquilo que consideramos mais humano. A desumanização. Parece que o ser humano afasta-se cada vez mais da humanidade por querer se tornar humano(sempre tão paradoxais). Sim, a racionalização de tudo impede-nos de viver uma vida onde desfrutamos da natureza animal. Por sermos humanos, não queremos ser animais. Logo, nos desumanizamos e nos tornamos como as máquinas. 

Se Deus fez o homem sua imagem e semelhança, o homem fez a máquina à imagem do que ele sempre quis ser. Nossa geração pós moderna sabe como ninguém personificar coisas e coisificar pessoas. E sem perceber burocratizamos relacionamentos, classificamos sentimentos e tentamos modificar o mundo ao nosso redor para que não haja dor. Somos uma geração sistemática, burocrática e problemática.

Resta-nos tentar humanizar nossa próxima geração. Mais sentimentos, menos computadores. Mais vida e menos rotina. Resta-nos chorar com a morte de um peixinho ou de um alguém que não conhecíamos. Resta-nos contato humano sem ideias pré-concebidas. Abraços cafunés e chaves de pés. Resta-nos assistir um filme para rir e não para criticar a performance de um ator coadjuvante. 

Sejamos a geração que vive na máquina. Mas não se tornou uma. 


Paz,
J.Caetano Jr.

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