domingo, 23 de outubro de 2011

Diário de Bordo#1: Medo

Sabe, tenho medo. Mesmo. As vezes eu nem entendo como é que isso acontece. Mas é muito fácil pra mim perder o domínio daquilo que penso ter domínio. Mas a verdade é que não existe nada sob o meu domínio, nunca houve nada sob o meu controle. É que as vezes me sinto só. Quando grito na casa grande, na morada que não posso deixar, (pois sou eu mesmo) e só escuto o eco, subitamente sobe-me um frio na espinha; que até mesmo minha fé desfalece. 

Penso: -Onde estão aqueles que estavam comigo agora a pouco?   
Falo alto: -Ei onde estão vocês? 
Grito: - Deus! Onde está o Senhor? Porque os essa morada se torna tão sombria?! Deus?! DEUS!
Imploro: - "Olha para mim, e tem piedade de mim, porque estou solitário e aflito. As ânsias do meu coração se têm multiplicado; tira-me dos meus apertos."*

Meu pensamento racional tenta tomar a frente como se ele mesmo fosse um professor. O raciocínio lógico me afronta, como se ele mesmo fosse um boxeador. Dai contesto e ponho a prova tudo aquilo que eu sempre valorizei, aquilo que sempre busquei e apliquei meus esforços. Todos parecem se voltar contra mim, até mesmo meus íntimos. Observo que tudo aquilo que me cerca é apenas um conjunto experiencias sensoriais sem sentido algum. Tudo parece realmente bagunçado. Como se alguém realmente se importasse com alguma dor! Como se ser racional e lógico sarasse alguma dor! As minhas tentativas de esclarecer fatos, acabam obscurecendo e confundindo mais ainda meus pensamentos.

Caminho meio apressado e cambaleante pelas estradas das minhas dúvidas. Vejo um objeto meu, descuidado, meio empoeirado. No chão, largado. 
- Meu escudo?! Minha fé? O que ela faz aqui nesse lugar? Como perdi ela desse jeito? Como larguei tão relaxadamente a confiança naquele que já fez tanto por mim, me protegendo de tantos perigos?!
Minhas mãos seguram trêmulas o escudo da minha fé. Sem forças consigo ergue-lo vagarosamente, colocando-o nas costas. Já não faço mais força; é como se ele mesmo estivesse me conduzindo. Me carregando 
Ainda dói, mas sei que não estou só, Ele está comigo me progetendo. 

*Salmo 25:16,17

http://olhares.uol.com.br/escudo_medieval_foto274709.html
domingo, 23 de outubro de 2011
J.Caetano Jr.

Um comentário:

  1. Tenho passado por um momento bem parecido e tenho aprendido muitas coisas nesse processo. Embora eu seja uma pessoa muito sensível, sou extramamente racional e crítica comigo mesma. Isso sempre me ajudou muito, mas dessa vez foi minha armadilha.
    Uma das muitas coisas que Deus me falou foi sobre Fé. Nesses dias me deparei com um texto de Tozer que remoeu minhas ideias. No texto ele falava sobre a fé racional e a espiritual. A fé racional é aquela que através da lógica conseguimos construir um ambiente seguro para nos guiar em meio às aflições. Essa fé é extramamente necessária(e abusadamente usada por mim ;) ), mas ela não é a mais importante. Fé mesmo é quando não há evidências alguma ao nosso redor e mesmo assim fazemos a difícil escolha de crer (com a força que vem do próprio Deus). É essa a fé que salva e, sem dúvida, a que nos leva a descansar e experimentar a paz de Deus que excede nossos entendimentos.

    Filipenses 4:4-8

    @raryss

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