segunda-feira, 2 de julho de 2012

Silêncio



 O que tenho...


  ...É o silencio que não quero,
O barulho que não quero,
E a agonia que não quero.

O alarme chato de um carro,
E o agudo som de um grito.
Ouço o cachorro latindo,
O motor quente da máquina.

Uma conversa bem alta,
E um assobio na obra.
Cai pedra, telha, cai porta.
Cai gente, ideias e coisas tortas.
A ambulância então passa voada.

Dá-me o silencio, um tampão auditivo.
E então um remo, um riacho com barco.
Mostra-me um monte pra ver o que faço.
Uma escalada, sozinho pro alto.

Dá-me esse vento, esse livro e uma praia.
Dá-me esse choro essa cama e esse quarto.
Deixa-me só, encontrar-me comigo.

 Dai-me esse encontro contigo num bosque.
Dá-me esse abraço em silencio bem forte.

Dá-me essa ausência de medo e barulho.

E no silencio, meu Deus, Tua presença.


Julho de 2012,
J.Caetano Jr. 

2 comentários:

  1. Em busca ou a espera de um verdadeiro encontro. Tão forte esse sentimento, porque é nesses momentos, principalmente, que a fragilidade nos faz refletir, parar pra observar o que é que nos cerca. Isso é bom!

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Fiquem a vontade... Não paga.

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